sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

o que seria sentir?

O que seria sentir?
Hoje não sou feliz, porque muitos não deixam.
Queria ser alegre e não posso a algo dentro de mim que não me permiti sorrir.
Parece que as amarguras que eu achei que nunca ia sentir novamente permanecem cada vez mais fundas e fundas dentro de minhas entranhas.
Minha alma se deforma a cada nascer e pôr do sol.
O que seria sentir?
Se for isso eu prefiro não sentir, sofrimento e dor me pareciam distantes, mas, hoje fazem parte do meu dia-a-dia.
Felicidade, alegria e sorrisos é uma vaga lembrança de um passado onde tudo era mais fácil, ou melhor, mais simples.
Gostaria de voltar no tempo e fazer essa agonia passar, queria sorrir, sentir, amar e gritar.
Porque nem isso eu consigo mais, parece que estou engasgada e por isso não consigo gritar e dizer que já basta de sofrer por coisas que pouco importo.
Angústias, amarguras, sofrimento e desilusões não irão mais fazer parte do meu vocabulário.
Vou colocar no lugar só alegrias, felicidade, sorrisos, ou melhor, resumindo vou colocar só o que realmente vale a pena e se eu tiver uma “recaída”, eu vou olhar pra dentro de mim e dizer do fundo meu coração que só sofre quem é idiota e de idiota eu não tenho nada.
O que seria sentir?
Eu diria que é viver com os nossos altos e baixos.
J. I

domingo, 22 de janeiro de 2012

O Amor...

        Dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): "O amor dinamita a ponte e manda o amante passar". Amar não é e nunca será fácil. Até o amor materno passa por suas provocações. As complicações, em geral, advêm de influências externas. Da perspectiva bioquímica, amar é de uma simplicidade comovente, mera questão de oxitocina. A substância ativa as áreas da afetividade, ajudando a estabelecer e a fortalecer os vínculos de afeição - seja entre mãe e filho, homem ou mulher ou amigos. Quanto maior a produção de oxitocina, maior também a liberação de - dopamina, a substância da alegria, responsável pelo controle do sistema de recompensa cerebral. Para a manutenção do amor romântico, a biologia fornece um prazo de validade - em média, quatro anos, o tempo exigido para a concepção, a gestação, o nascimento e os primeiros cuidados com o bebê. A natureza é pragmática. (Naiara Magalhães)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Continuação da postagem anterior...

A Alegria ...
   Há alegrias e alegrias - e, para cada uma delas, uma química diferente. A que se manifesta sob a forma de explosão e nos deixa mais eufóricos e falantes, como quando comemoramos o gol do nosso time do coração, é regida pela dopamina. A bola na rede ativa o sistema de recompensa do cérebro, causando a liberação dessa substância neurotransmissora e, consequentemente, uma ótima sensação. A alegria é instantânea, mas dura pouco. Para conter o entusiasmo, e evitar um colapso, o organismo logo reduz a produção de dopamina. A alegria mais serena, aquela que nos invade quando a vida se apresenta tranquila, sem sobressaltos, é obra dos opioides, espécie de analgésico natural associado ao bem-estar. As duas substâncias fazem parte também do processo de estimulação e realização sexual. O antes, o durante e o ápice do sexo devem-se, principalmente, à dopamina. O depois (a etapa "foi bom, meu bem?), em que se relaxa, aos opioides.
   Alegria demais, porém, é doença. Conhecida no jargão médico como mania, ela pode ser a fase eufórica do transtorno bipolar. Nesse estado, os pacientes se põem em risco. Tendem a comprar compulsivamente, a fazer sexo inseguro com estranhos e a exagerar no consumo de álcool. Além de psicoterapia, o tratamento quase sempre inclui o uso de medicamentos - em geral, estabilizadores de humor e antipsicóticos, que tentam normalizar (ou seja, reduzir, no caso dos bipolares) a ação de dopamina no sistema de recompensa. 
                                                               Naiara Magalhães

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O ABC dos Sentimentos

    As emoções são imprescindíveis nas tomadas decisões - das mais simples, como agendar a próxima ida ao dentista, às mais complexas, como aceitar ou não um convite para mudar de emprego. Elas são fundamentais também para a sociabilidade, além de organizar a forma como os dados e os acontecimentos são armazenados na memória. Em 1872, no livro A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais, o naturalista inglês Charles Darwin (1809- 1882), autor da teoria da evolução,demonstrou como as emoções as emoções estão ligadas a mecanismos evolutivos essenciais à preservação da espécie. As reações fisiológicas desencadeadas por raiva, amor, alegria, tristeza ou culpa têm um valor adaptativo relevante. "A alegria, por exemplo, deixa os animais, os humanos entre eles, com a disposição para correr atrás de dois itens essenciais à sobrevivência da espécie - alimentos e parceiros sexuais", diz o neurocientista comportamental Frederico Graeff, professor da Universidade de São Paulo, câmpus de Ribeirão Preto.
" Já a tristeza é importante em situações adversas, quando tende a ser mais útil deixar deixar o tempo passar, a fim de o indivíduo poupar energia para agir em momentos mais favoráveis."
    Na década de 60, ao aprofundar os estudos de Darwin sobre as emoções, o psicólogo americano Paul Ekman, professor da Universidade da Califórnia, comparou, em duas dezenas de países, a expressão facial das pessoas durante a manifestação dos diversos sentimentos, dedicando-se sobretudo a seis deles, considerados básicos. O medo, a surpresa, a raiva, a alegria, a tristeza e o nojo são inatos, determinados biologicamente - e comuns até nos vertebrados mais simples. Nos peixes, anfíbios e répteis, as emoções se manifestam de forma involuntária, ativando as áreas mais primitivas do cérebro e o sistema límbico. Conforme aumenta o grau de evolução da espécie, as emoções tornam- se mais refinadas - o que exige a ativação de porções cerebrais maiores e mais desenvolvidas. No ser humano, as percepções e manifestações emocionais atingem o auge da complexidade e são processadas em todo o cérebro, inclusive no córtex primitivo e no neocórtex, responsáveis por funções como a linguagem e as tomadas de decisão. nós somos os únicos comprovadamente capazes de sentir as chamadas emoções secundárias. Dezenas de substâncias químicas interagem entre si de modo que sintamos compaixão, culpa, ciúme, vergonha, desconfiança e ... amor. Além de mais complexas fisiologicamente, as emoções humanas, há que lembrar, não seriam humanas se não fossem moldadas também por influências sociais, culturais e morais. E se retroalimentam. Como dizia o escritor inglês Edward Morgan Forster (1879-1970): "As emoções são intermináveis: quanto mais as exprimimos, mais maneiras temos de exprimi-las".(Magalhães Naiara, O ABC dos Sentimentos. revista VEJA, pg 28, 30 e 31.São Paulo, editora abril,edição 2184 - ano 43 - nº 39, 29 de setembro de 2010).