sábado, 21 de janeiro de 2012

Continuação da postagem anterior...

A Alegria ...
   Há alegrias e alegrias - e, para cada uma delas, uma química diferente. A que se manifesta sob a forma de explosão e nos deixa mais eufóricos e falantes, como quando comemoramos o gol do nosso time do coração, é regida pela dopamina. A bola na rede ativa o sistema de recompensa do cérebro, causando a liberação dessa substância neurotransmissora e, consequentemente, uma ótima sensação. A alegria é instantânea, mas dura pouco. Para conter o entusiasmo, e evitar um colapso, o organismo logo reduz a produção de dopamina. A alegria mais serena, aquela que nos invade quando a vida se apresenta tranquila, sem sobressaltos, é obra dos opioides, espécie de analgésico natural associado ao bem-estar. As duas substâncias fazem parte também do processo de estimulação e realização sexual. O antes, o durante e o ápice do sexo devem-se, principalmente, à dopamina. O depois (a etapa "foi bom, meu bem?), em que se relaxa, aos opioides.
   Alegria demais, porém, é doença. Conhecida no jargão médico como mania, ela pode ser a fase eufórica do transtorno bipolar. Nesse estado, os pacientes se põem em risco. Tendem a comprar compulsivamente, a fazer sexo inseguro com estranhos e a exagerar no consumo de álcool. Além de psicoterapia, o tratamento quase sempre inclui o uso de medicamentos - em geral, estabilizadores de humor e antipsicóticos, que tentam normalizar (ou seja, reduzir, no caso dos bipolares) a ação de dopamina no sistema de recompensa. 
                                                               Naiara Magalhães

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